17/06/2008, CIF
Azuis Escuros: Simão; Fred, Montenegro, Lavagante; Mike, Vasco, MQP, Nuno XBES e Manolo
Golos: 1-0 Mike (pen), 2-0 Vasco
Disciplina: MQP (vermelho directo), Vasco.
Após um defeso conturbado, fértil em indefinições, eis que os Azuis Escuros se apresentaram no relvado do CIF com uma estrutura renovada: menos defensivos (fruto do lateral de lança, Fred) e com o pêndulo há muito desejado, Vasco (que, tal como Silas, retornou após uma época no Reino Unido da Grã Bretanha). O resto do plantel manteve-se igual.
Destaque para as importantes ausências de "maestro" Silva e "MIA"* Mourão.
O jogo começou equilibrado, com os Killers, uma formação muito bem organizada (palavras de quem sabe, a organização allstars), a tomarem a batuta do jogo sem nunca criar situações de perigo real para as redes de Simão. Excepção feita para uma bola que saltou por cima de Montenegro (exibição, à excepção deste lance, sem mácula, sempre seguro e irrepreensível) e proporcionou a um Killer um remate à malha. Pedro Simão já tinha saído da baliza, encontrando-se perto da bomba da BP do restelo.
Algumas jogadas soltas dos sempre voluntariosos MQP e Nuno Xbes (a pouca e ineficaz troca de bola continua a ser uma deficiência da equipa, pelo que se pede não só maior rapidez, como maior entrosamento) iam criando perigo ocasional; Manolo não fez a cabeça no treino e não fez o golo no jogo; Vasco mostrava clarividência; e eis que surgiu Mike, aguerrido, a dar o corpo ao alívio adversário, adiantando ligeiramente a bola e recebendo um pontapé forte, caindo de imediato: penalti exemplarmente cobrado pelo mesmo, canto superior direito, sem mácula. Teremos encontrado o nosso marcador de grandes penalidades?
Na jogada seguinte Mike aparece solto, no lado direito, entra na área e estatela-se no relvado, chorando de dor: árbitro dá sinal para o jogo seguir. Não gosta de birras.
E termina a 1ª parte, com sinal + para os azuis, que defenderam bem e tiveram ocasiões para dilatar a vantagem, sem que alguém ousasse falar em injustiça no marcador.
Começa a 2ª parte com 2 expulsões: MQP é barbaricamente agredido pelo defesa com quem se vinha a picar; gera-se um sururu: MQP é apupado, recebe puxões de cabelo, não se fica e responde; chegou-se a imaginar vias de facto entre MQP e um calmeirão de 2,30 metros, mas as luvas não foram calçadas e o resultado prático foi o resto da partida com ambas as equipas a jogar com 7.
Teoricamente, estas expulsões seriam benéficas para a equipa menos obesa, mais técnica e veloz, mas a ineficaz manutenção da posse de bola continuava a dar aos Killers o domínio nesse aspecto, encostando os azuis às cordas, que esperavam, furtivos, pelo contra-ataque que "mataria" o jogo.
Há que salientar a entreajuda defensiva ao longo dos 50 minutos: toda a equipa defendeu bem, o que deu aos adversários esporádicas tentativas reais de golo. Quando existiram, Simão esteve invariavelmente à altura dos acontecimentos.
De salientar uma intervenção belíssima, quase poética de Lavagante, a parar a bola de testículo, com a mesma a encaminhar-se para a baliza; com a pressão do adversário, o "barbichas" como muito gentilmente o MQP o apelidou, e com a dor de uma geração a protestar a bolada, Lavagante ainda chega à bola para a despachar para fora do relvado.
Na realidade, foi uma paragem de estômago e um alívio pouco ortodoxo, mas a epopeia de Ulisses também mais não foi do que um cruzeiro no mediterrâneo...
Nuno Xbes, que vinha a crescer na partida com alguns remates perigosos, a meio da 2ª parte cai na área, abatido por 2 defesas violentíssimos, tendo quase perdido uma perna: novo penalti.
Mike, frio na parte de fora da linha lateral, deixa que Vasco o tente converter, o que resulta num penalti à la Hierro, com a bola a embater com estrondo na trave, que a devolveu sem simpatia, para um adversário. Ocasião para sossegar os ânimos desperdiçada.
E foi já nos derradeiros minutos da etapa complementar, quando todos esperavam pelo apito do árbitro, que foi dada a estucada final, uma pequena vingança de vasco: contra ataque lançado na direita por Lavagante, que passa a Manullo. Este, quando a equipa tinha vantagem de 3 homens para 2, arrisca a finta e é feliz; centra, um defesa tem um alívio pobre para a entrada da área e quando Lavagante ia a largar uma canhota na direcção das redes, ouve um singelo "deixa", a que se seguiu uma entrada de rompante de Vasco, que fuzilou as redes num remate que beijou a anteriormente madrasta trave. 2-0, 3 pontos no saco, clean sheet exemplar, estreia sem mácula.
+'s
A entrega de toda a equipa, órfã de alguns elementos importantes, principalmente defensivamente. Jogos sem golos sofridos são para repetir.
Fred, ex-avançado, ex-médio, actual defesa esquerdo azul escurista. Um exemplo de entrega, um ser humano magnânimo.
-'s
Incapacidade de manter a posse de bola num campo espaçoso como o do CIF e com 14 jogadores em campo.
O não "fazer a cabeça" de Manullo no aquecimento. É responsabilidade de toda a equipa aquecer a nossa galinha dos ovos de ouro!
Próximo repórter: Mike
*MIA: missing in action